AVC – Acidente Vascular Cerebral
O que é o AVC?
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é uma das principais causas de morte e dependência no mundo, sendo que a cada dois segundos uma pessoa sofre esta lesão. Esta doença pode ocorrer quando existe a rutura de uma artéria intracraniana, ou como na maioria dos casos, pela obstrução do fluxo sanguíneo, que acaba por matar as células de determinada parte do cérebro. Por essa razão, deve-se agir o mais depressa possível visto que, por vezes, as células podem ainda demorar algumas horas a morrer.
Quais as principais causas?
As principais causas de um AVC podem ser:
- Níveis elevados de colesterol
- Vasculite
- Obesidade
- Diabetes
- Uso de drogas
- Endocardite infeciosa
Como prevenir a doença?
Esta doença pode ser prevenida através de 3 principais elementos: uma alimentação saudável, a ausência de tabaco e a atividade física. É importante também ter especial atenção a doenças como a apneia do sono, a hipertensão e a arritmia cardíaca.
Como detetar?
A maneira mais eficiente de detetar um AVC é estar atento aos seguintes fatores:
- Falta de força no corpo, nomeadamente se for apenas num dos lados
- Dor de cabeça muito intensa
- Paralisia/Assimetria da face
- Grande confusão ao comunicar
- Perda da visão ou visão dupla
Quando detetar estes sintomas, contacte imediatamente o 112. Não espere simplesmente que os sintomas passem.
Quais as sequelas?
As sequelas de um AVC vão sempre depender de qual parte do cérebro foi afetada. Estas alterações podem ser manifestadas a nível físico, nomeadamente através da perda da visão, perda da sensibilidade e desequilíbrio. Já nível cognitivo, esta doença pode manifestar-se através de sequelas como a redução da atenção para tarefas quotidianas e perda de memória.
Outras sequelas bastante frequentes em pessoas que já sofreram um AVC são:
- Dificuldade em movimentar o corpo – tudo o que seja fazer qualquer tipo de ação, como sentar, deitar ou andar, podem tornar-se tarefas muito exigentes
- Mudanças no rosto – estas mudanças podem-se manifestar através de uma alteração da cara, onde a mesma pode ficar assimétrica e com olhos descaídos. Pode também manifestar-se pela dificuldade demonstrada em engolir certos tipos de alimentos
- Incontinência – A perda involuntária de urina pode também acontecer depois de um AVC
Tratamentos
A melhor forma de tratar da maneira mais eficiente um AVC é logo após os primeiros sintomas, descolar-se imediatamente para um hospital de maneira a que seja possível determinar se o mesmo é isquémico ou hemorrágico (através de um TAC) e proceder o tratamento adequado, podendo este ser realizado através de:
- Trombolítico intravenoso– feito até 4 horas após o AVC
- Trombectomia endovascular – feito até pelo menos 6 horas após o AVC
É de frisar que ambos os tratamentos apenas podem ser executados no AVC isquémico após terem passado apenas algumas horas desde a lesão, e que, quanto mais rápido o encaminhamento para o hospital for, mais tendência o tratamento tem para ser bem-sucedido.
Recuperação
Logo após o AVC, é imprescindível uma consulta no neurologista, de maneira a ser possível iniciar o processo de neuroreabilitação. Para além disso, a recuperação pode também envolver uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e/ou terapia cognitiva.
Algumas estratégias que podem ajudar na recuperação e manutenção das capacidade cognitivas após um AVC incluem:
- Estimulação cognitiva: atividades que desafiam a memória, atenção, raciocínio e outras funções cognitivas, podem ajudar a melhorar essas habilidades. Isso pode ser feito através de jogos de memória, quebra-cabeças, palavras-cruzadas, jogos de tabuleiro, entre outras atividades.
- Fisioterapia: exercícios físicos podem ajudar a melhorar o fluxo sanguíneo para o cérebro, além de ajudar na recuperação da força muscular e equilíbrio.
- Fonoaudiologia: terapia da fala pode ajudar a melhorar a comunicação, a linguagem e a deglutição.
- Terapia ocupacional: podem ajudar a desenvolver habilidades motoras e a lidar com tarefas diárias.
- Medicamentos: em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para ajudar a melhorar as funções cognitivas.
É importante ressaltar que o processo de recuperação pode levar tempo e requer muita paciência e dedicação por parte do paciente e dos seus cuidadores. Além disso, cada cas é único e a abordagem terapêutica deve ser individualizada e adaptada às necessidades específicas de cada pessoa.